* Mãe Sheila é Iyàlorisà. Foi iniciada no Rio de Janeiro em 1976 por Josertina da Cruz Lessa (Mameto Oya Ice), filha de santo de MonaDewi, também conhecida como Vó Nanã, fundadora de uma conceituada casa de tradição Banto em Aracajú-SE da raiz Bate Folha. Na década de 80 passou a fazer parte da nação Ketu ao tomar suas obrigaçõs na raiz do Gantois. Em 1993, fundou sua "Casa de Santo", o Ilé Àse Àáfin Àbàmì Òsun, em Campos Elisios - Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde funcionou por alguns anos, e hoje é situada na Vila Angélica, Chácara 87 da QD 47 - Jardim Recreio - Piabetá, é divulgadora e defensora da Cultura Afro e Afro-brasileira. Desenvolve um trabalho comunitário bem como de exclarecimento e entendimento aos seus filhos de santo, e procura informar ao máximo o povo em geral, através de programas de rádio e palestras, a respeito da cultura e da religiosidade afro que já foi tão reprimida no passado, e é discriminada ainda nos dias de hoje.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Matriarcado


A tradição do Matriarcado



Desde a instalação dos primeiros terreiros de candomblé, criou-se uma tradição matriarcal dentro do culto.
No inicio do século XIX foi estabelecida a mais antiga casa de candomblé do Brasil fundada por três princesas africanas escravizadas e libertadas, Iyá Nassô, Iyá Kalá e Iyá Detá que fundaram o Ilê Iyá Nassô Oká, conhecido como Casa Branca do Engenho Velho.
Com a difusão do candomblé na cidade de Salvador, Bahia, outras casas de candomblé se estabeleceram, sempre sob a direção das mães de santo, como o Ilê Mariolajê (Alaketu), Associação Igbé São Jorge do Gantóis e o Ilê Axé Apô Afonjá.
Segundo os historiadores existem dois motivos principais que explicam a causa do matriarcado nos cultos de matrizes africanas, uma dessas teses é sustenta que a mulher poderia dedicar-se mais a religião. Nas sociedades africanas, berço do candomblé, o poder político e religioso era do homem. No Brasil houve uma troca de poder entre os sexos. A mulher escrava foi alforriada antes do homem e com essa liberdade teria mais tempo de cuidar dos assuntos espirituais. “É mais fácil sustentar uma mulher na casa de culto do que retirar um homem do trabalho produtivo, durante meses, para este fim”.


Atualmente alguns Àse ainda mantêm a tradição matriarcal. As casas mais famosos do pais estão nas mãos de mulheres e devem continuar assim por muito tempo. Alguns como Apô Afonjá, fundado em 1910, em Salvador, têm em seu estatuto uma clausula proibindo qualquer homem de sentar-se ao trono. Nestes templos, o poder da Mãe-de-santo é absoluto, ela é a primeira a entrar no egbè. Fica sentada, um privilégio alto clero do candomblé e todos os filhos e agregados se abaixam. Só ela pode jogar búzios, aconselhar fieis e intermediar a relação entre os deuses e seus filhos.
O matriarcado foi perdendo sua força com a fomentação do candomblé e sua disseminação pelo país, sobretudo pela criação de um novo culto chamado “Candomblé de Caboclo”. Segundo Landes, “os homens somente começam a surgir como pais-de-santo na Bahia ”depois de uma geração“.

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