* Mãe Sheila é Iyàlorisà. Foi iniciada no Rio de Janeiro em 1976 por Josertina da Cruz Lessa (Mameto Oya Ice), filha de santo de MonaDewi, também conhecida como Vó Nanã, fundadora de uma conceituada casa de tradição Banto em Aracajú-SE da raiz Bate Folha. Na década de 80 passou a fazer parte da nação Ketu ao tomar suas obrigaçõs na raiz do Gantois. Em 1993, fundou sua "Casa de Santo", o Ilé Àse Àáfin Àbàmì Òsun, em Campos Elisios - Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde funcionou por alguns anos, e hoje é situada na Vila Angélica, Chácara 87 da QD 47 - Jardim Recreio - Piabetá, é divulgadora e defensora da Cultura Afro e Afro-brasileira. Desenvolve um trabalho comunitário bem como de exclarecimento e entendimento aos seus filhos de santo, e procura informar ao máximo o povo em geral, através de programas de rádio e palestras, a respeito da cultura e da religiosidade afro que já foi tão reprimida no passado, e é discriminada ainda nos dias de hoje.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ÁFRICA -> MUNDO

A grande maioria veio da chamada África Ocidental e Centro-Ocidental, rasgada por imensos rios, a plataforma rígida formada por uma série de planaltos.
Esta tradição migratória era responsável pela lenta multiplicação de famílias ou de pequenos grupos que podiam se instalar ao lado de gente de origem completamente diferente.
À medida que os indivíduos se adaptavam a diferentes ambientes, a cultura se diferenciava, formando múltiplos grupos étnicos.
Apesar do enorme esforço de ocupação da terra, os habitantes da África Atlântica tinham que lutar com afinco contra um mundo hostil, instável e agressivo.
A maior parte das pessoas tem dificuldade em reconstituir as idéias e práticas religiosas, pois essas eram constantemente renovadas. Os africanos (não islamizados) não possuíam escrituras, tinham, em lugar disto, tradições orais. E julgavam a religião por sua vivência diária, sobretudo quando se tratava de aliviar sofrimentos e de assegurar paz, prosperidade e fecundidade.
Muitos observadores cristãos e muçulmanos se impressionaram com esse caráter diverso e fragmentado, reforçado pela ausência de textos escritos.
Certas palavras provam que idéias sobre um espírito criador, espíritos de ancestrais e da natureza, filtros e feitiços, rituais e feiticeiros. Cada grupo, contudo, chegava a idéias e práticas específicas.
Divindades da natureza confundiam-se, muitas vezes, com figuras humanas como é o caso de Èsù, Ogun ou Sangó, e muitos deles confundiam, também, os sexos.
Onde a organização das aldeias era forte, a religião apoiava-se em sociedades secretas cujo objetivo era tirar força dos espíritos para curar doenças, assegurar a fertilidade e combater feitiços. Os neófitos, ou seja, os que acabavam de ingressar na sociedade, falavam uma língua própria e cada classe portava ornamentos que as identificasse.
Os Yoruba e outros povos aparentados veneravam, por sua vez, várias divindades: os Orisà, divindades da natureza (água, ar, terra, fogo, raios, trovões, etc.) que, depois de sua adoração foram assimilados a ancestrais fundadores de dinastias.
Elas intercediam entre os homens e o Deus criador, Olorún.
Os Orisà, com o rosto quase sempre coberto pelas franjas de suas coroa de contas, tinha um lugar especial no panteão dos deuses.
Os Yoruba e outros povos aparentados serviam a um Orisà quer por herança, quer porque a divindade, por intermédio de um adivinho, os teria escolhido. Alguns Orisà eram reconhecidos em certas aldeias ou cidades, outros, em toda uma área cultural. Os seus adoradores podiam reunir-se e formar um grupo local provido de templos, sacerdotes, rituais coletivos e uma função no intenso e colorido ciclo de festas.
Mas, aos fins do século XVIII, a clerezia considerava que os Yoruba pagãos podiam ser reduzidos à escravidão. Tanto religiosos muçulmanos quanto cristãos consideravam as religiões africanas obras do diabo.
*Conta-se que um soberano de Jené fez construir uma mesquita dividida em duas partes: uma para muçulmanos, outra para pagãos.
Portanto, na sua terrível luta contra a natureza, os africanos se preocupavam, sobretudo, com a prosperidade e a harmonia no seio do mundo terrestre. Este ideal era encarnado pela figura do "grande homem", rico em armazéns de grãos, em gado, em ouro e, sobretudo, em escravos prontos para assegurar trabalho, segurança e poder.

Sei que em tudo que falo do Povo Africano, demonstro uma tristeza por injustiças cometidas no passado, injustiças que infelizmente, até os dias de hoje se fazem presente.
Importante destacar que o África é O Berço do Mundo! Não sou apenas eu quem digo, e sim a “História do Mundo” e a forma como tudo começou... A/C e a alguns mil anos atrás.

Beijos de mãe...

Um comentário:

  1. Bom dia mãe, motumbá!!!

    Mãe ficou lindo o vídeo...adorei!!!
    Bjos no seu coração
    Sal`omi

    ResponderExcluir