* Mãe Sheila é Iyàlorisà. Foi iniciada no Rio de Janeiro em 1976 por Josertina da Cruz Lessa (Mameto Oya Ice), filha de santo de MonaDewi, também conhecida como Vó Nanã, fundadora de uma conceituada casa de tradição Banto em Aracajú-SE da raiz Bate Folha. Na década de 80 passou a fazer parte da nação Ketu ao tomar suas obrigaçõs na raiz do Gantois. Em 1993, fundou sua "Casa de Santo", o Ilé Àse Àáfin Àbàmì Òsun, em Campos Elisios - Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde funcionou por alguns anos, e hoje é situada na Vila Angélica, Chácara 87 da QD 47 - Jardim Recreio - Piabetá, é divulgadora e defensora da Cultura Afro e Afro-brasileira. Desenvolve um trabalho comunitário bem como de exclarecimento e entendimento aos seus filhos de santo, e procura informar ao máximo o povo em geral, através de programas de rádio e palestras, a respeito da cultura e da religiosidade afro que já foi tão reprimida no passado, e é discriminada ainda nos dias de hoje.

domingo, 12 de setembro de 2010

O Candomblé - Culto aos Orisà.



Candomblé, culto dos Orisà, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também conhecida e praticada em outros países.

A Religião (anteriormente chamada de seita) foi trazida e desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orisà Nkisi e Vodun, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888.

Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião

Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque/toques (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuam vários deuses, o Deus único para a Nação Ketù é Olorun, para a Nação Bantù é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica. O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas delas ainda cultuadas na África. Mas, na maioria das casas nas grandes cidades, são dezesseis as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orisà/Nkinsi/Vodun em um ou outro Àse. Então, as demarcações das divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orisà de Ketù podem ser "identificados" com os Vodun do Jejé e Nkinsi dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Os Orisà têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico. Toda pessoa é escolhida no nascimento por um Orisà, que um babalorisà identificará.

Alguns Orisà são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orisà não, apenas são cultuados pela coletividade. Alguns Orisà chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, tendo também os que não são incorporados.

No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus Orisà, Inkice e Vodun usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.

Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do Cristianismo e imagens eram exibidos nos templos, e os Orisà eram frequentemente identificados com os Santos Católicos.

A lei federal nº. 6.292 de 15/12/1975 protege as casas de candomblé no Brasil, contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial.

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação.

Em caso de morte de uma Iyalorisà, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas (os), na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifà ou Jogo de Buzios. Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente ao fechamento da casa. Há somente quatro ou cinco casas no Brasil que viram seu 100° aniversário.

**Não podemos julgar nem tão pouco criticar, a ritualistica praticada em casas dessas diversas nações (regiões) africanas. Muitas veses vemos ou ouvimos contar a forma de cultuar determinado Orisà e por ignorar tal região africana, ou ignorando o fato de que os africanos trouxeram a religião para o Brasil de aldeias diversas e que, inclusive, não se relacionavam religiosamente e culturalmente, e que alguns dos Orisà eram desconhecidos em outras regiões da África.

É importante ressaltar que as regras e tradições deverão sempre serem mantidas, pois muitos sofreram e até morreram para perpetuar o Culto aos Orisà no Brasil.

Beijos de mãe e muito Àse a todos (as).

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